ALBERTO GUZIK, Revista Bravo!, maio de 2004
A peça agrega climas que parecem derivados dos escritos de Dostoievski, de Franz Kafka, do cinema de Ingmar Bergman. (…) Mas Paulo Santoro tem voz própria e plasma esses elementos em um todo convincente.
GABRIEL VILLELA, entrevista a O Estado de S. Paulo, 30 de janeiro de 2005
[O espetáculo teatral que mais me fez pensar é] O canto de Gregório, de Paulo Santoro, direção de Antunes Filho. Tenho pensado muito nesse espetáculo.
BARBARA HELIODORA, O Globo, 16 de setembro de 2005
Excepcional exemplo de bom teatro, de total harmonia entre texto e encenação de primeira linha. Trata-se de uma inteligente discussão filosófica sobre a incapacidade, no mundo contemporâneo, de se determinar a legitimidade de uma determinada crença (ou descrença) ou uma determinada verdade (ou sua negação). (…) O melhor do texto está na habilidade com que se apresentam as armadilhas do raciocínio, a falibilidade da palavra que, a par da provocação intelectual constante do debate, sabe incluir nele doses consideráveis de humor. A existência ou não da bondade, da verdade, da existência etc. pode não ser o que mais se espera como “enredo”, mas O canto de Gregório, como já nos ensinou Esperando Godot, é mais do que gratificante e teatral, e é mais que bem-vindo um texto dessa categoria. (…) O canto de Gregório é sob todos os aspectos um espetáculo de primeiríssima linha, digno dos maiores aplausos.
MACKSEN LUIZ, Jornal do Brasil, 7 de julho de 2004
O espetáculo não dá tréguas no seu racionalismo e em sua dialética cênica, propondo ao espectador argumentos em cascata.
MARIANGELA ALVES DE LIMA, O Estado de S. Paulo, 27 de agosto de 2004
Teatro de ideias, escrito em bom português porque só recorre a vocábulos precisos e frases que fazem avançar o argumento, a saga de Gregório desenha uma situação intelectual e afirma que se trata de matéria para o palco, como eram matéria cênica os autos devocionais impregnados de questões teológicas.
VIVER — MENTE E CÉREBRO (revista licenciada por Scientific American), setembro de 2004
Rapidamente Gregório conduz a platéia à reflexão e ao mesmo estado vertiginoso de dúvidas em que se encontra. Oferece-nos o momento do qual geralmente procuramos nos afastar: aquele em que saímos da superfície cotidiana e nos dispomos a compreender o mundo para além do que se apresenta aos nossos olhos. (…) O texto de estréia de Paulo Santoro faz da viagem de Gregório para dentro de si mesmo um passeio denso mas agradável, com o qual é fácil se identificar. Segundo o diretor Antunes Filho, o autor será um expoente da dramaturgia em alguns anos. É ver para saber.